A carta dos Chicotes ou Açoite
está frequentemente relacionada a brigas, discussões, conflitos, magia, poder,
liderança, domínio e hoje, quero abordar o aspecto da DISCIPLINA que com frequência tenho
observado em meus atendimentos.
Desde muito pequenos somos
ensinados a ter disciplina para nosso bem estar físico, mental, emocional e em
alguns casos, espiritual. Escovar os dentes sempre depois das refeições, o
banho diário, a boa educação, cuidados com alimentação, cumprir horários da
escola, das festas, compromissos sociais, fazer uma oração ao deitar-se. Tudo
isso para evitar a vinda dos chicotes, a repressão, certo? Ou seriam esses atos, impostos pela disciplina,
a própria ação dos chicotes? Observaremos ambos os ângulos.
O hábito gera a disciplina e
muitas vezes nos habituamos facilmente a elas. Algumas vezes fazemos por
obrigação, contrariados, como a criança que “pegamos no pé” para que escove os
dentes regiamente.
Uma das facetas da carta dos
Chicotes ou Açoite é o fator DISCIPLINAR. Algo que a princípio nos parece
pesado, um sacrifício, mas que se faz necessário para gerar hábitos saudáveis.
É comum a carta surgir em uma
leitura quando se trata de algo que o cliente está deixando de fazer por falta
de comprometimento com a disciplina, desleixo ou por capricho. Por exemplo,
quando o médico recomenda uma alimentação equilibrada e deixamos de lado para
comer o que nos agrada, com rebeldia, sem nos importar com as ordens e
orientações dadas. O consulente sente a obrigação da dieta, como uma punição:
não posso comer o que quero.
Por outro lado, as chicotadas iniciais são
extremamente necessárias até que, com determinada frequência, os atos
repetitivos, na base do açoite, se tornem hábitos saudáveis, trazendo melhorias
e bem estar. O início de atividades físicas para quem é regido pelo ar, pode ser difícil, penoso, porém, não se pode deixar de lado o elemento terra, o corpo, a matéria. O conjunto em equilíbrio é fundamental. É preciso dar o primeiro passo.
Quem gosta de ser corrigido? Quem
quer se corrigir?
Citei o exemplo da alimentação,
mas diversos são os casos em que devemos suportar a dor dos chicotes da
disciplina:
- Deixar a dependência emocional
do outro.
- Zelar pelo equilíbrio físico, emocional, mental e espiritual.
- Dominar o ego. Não nos esqueçamos
que os chicotes também remetem ao domínio.
- Abandonar um vício, seja de
ordem química, ou emocional.
- Persistir em novos projetos, seja
de estudos, trabalho. Não esmorecer nos primeiros desafios.
- Libertar-se do autoflagelo e
das chicotadas que por vezes nos damos, quando dizemos SIM ao mundo para
agradar o outro, ou por medo de ser rejeitado. Seguir a própria essência, o
chamado da alma é o que faz a vida ter sentido real.
Os chicotes ao lado da carta da
Estrela indicam grande batalha interna com o EGO, o brilhantismo exacerbado do
consulente. Quando se trata de uma situação em que o cliente deseja saber o porquê
do fracasso em determinada relação ou projeto, achamos aí a chave para
orientá-lo. O autoflagelo pelo ego.
As Nuvens e o Chicote podem
relatar a personalidade de uma pessoa extremamente insegura, que ao primeiro
sinal de incerteza, se coloca em desespero, e entra na sessão das chicotadas
programadas:
Come demais, compra demais, se
culpa demais, se reprova demais, etc.
Nem sempre as chicotadas partem do outro,
muitas vezes, nós somos nossos maiores agressores, entramos em conflito com
nosso querer, nossa essência nos maltratando.
Os chicotes devem ser utilizados
sim, como o bom pai que leva o filho a contragosto para o dentista, ou para
vaciná-lo, sabendo que a dor será passageira e o fruto da dor resultará no bem
maior.
Os outros brigam com você ou é
você quem está de mal com o mundo?
Paz profunda.
Carinah Ruiz.
Guarulhos, 29/10/2013.